Formação, Modelo de Discrepância ou Metodologia de Planeamento de Projetos por Objetivos?
Ao iniciarmos o estudo sobre a Avaliação das Necessidades de Formação, poucos são os conhecimentos sobre o tema, apenas a noção de que é necessário perceber os problemas ou necessidades de melhoria para delinear um plano de ação.
Sobre o tema Diagnosticar necessidades de formação, despertam-me especial interesse dois aspetos que desconhecia antes deste estudo: Modelo de Discrepância e Metodologia de Planeamento de Projetos por Objetivos. Importa esclarecê-los.
Modelo de Discrepância
É um dos modelos mais simples para proceder à análise de necessidades de formação nos mais variados contextos. Distinguimos 3 fases:
1ª Definição de objetivos;
2ª Conhecimento da situação atual;
3ª Identificação das diferenças entre a situação ideal e a situação real.
Pela descrição parece linear, mas cada uma das fases inclui vários aspetos pertinentes para a análise.
Na 1ª fase, os peritos são questionados sobre o que é desejável para determinada situação e suas várias dimensões, nomeadamente, competências mínimas, úteis e ideais. As expetativas e objetivos são testados e assim definidos os desempenhos pretendidos (Expoente, 2007:13).
Na 2ª fase, o desempenho é medido com várias técnicas e é caracterizada a situação atual da população-alvo (idem:14).
Na 3ª fase, se o desempenho atual for inferior ao desejado, encontram-se os pontos em que diferem identificando aspetos que devem ser alvo de intervenção educativa. Desta forma, encontram-se os problemas ou oportunidades de melhoria e possíveis soluções aos mesmos. (idem)
Metodologia de Planeamento de Projetos por Objetivos
Divide-se em 5 fases que permitem evidenciar necessidades de formação através do destaque de problemas e suas causalidades:
1ª Diagnóstico, com a listagem dos problemas existentes;
2ª Construção da Árvore de Problemas, relacionando os problemas entre si numa lógica de causalidade e estruturando-os por níveis, sendo um problema o central e os outros originados por outros níveis;
3ª Construção da Árvore de Objetivos, com base numa estrutura simétrica à fase anterior, como resposta aos problemas identificados;
4ª Construção do Quadro de Medidas, ação delineada com base nos problemas e objetivos identificados anteriormente;
5ª Construção da Matriz de Planeamento de Projeto, com todos os dados anteriores compilados para que toda a ação seja percetível e fundamentada. (idem:15,22-30).
A aprendizagem destes aspetos, que não é de todo espelhada com esta caracterização e descrição muito sucintas, tem importância crucial na compreensão da sequência que o diagnóstico das necessidades de formação deve ter, aspetos e pormenores a ter em conta.
São várias as estratégias de análise das necessidades, devendo ser escolhida aquela que melhor se adequa ao contexto de formação. Mas, nestes dois exemplos aqui descritos encontramos os pontos-chave identificados como sendo aplicáveis aos mais variados contextos. Portanto, ambos são flexíveis e permitem uma adequação contextualizada, indo ao encontro do que se pretende com o diagnóstico: “capazes de provocar mudanças, de potenciar/melhorar performances individuais e/ou de grupo. (…) após um DNF (…), a formação daí resultante contribua para a melhoria do desempenho no sentido dos objectivos organizacionais.”
Bibliografia
- Expoente – Serviços de Economia e Gestão, S.A. (Julho 2007). Manual de Boas Práticas – Recurso Didáctico para Formação Intra-Empresas. Braga: Expoente – Serviços de Economia e Gestão, S.A.;